Cinco casais formados por mulheres negras lésbicas e trans, em privação de liberdade ou egressas do sistema prisional, disseram “sim” em uma cerimônia coletiva realizada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador. A ação integra o projeto Mulheres & Cárcere: Ainda assim, eu me levanto, voltado à defesa dos direitos de mulheres negras impactadas pelo sistema prisional. A celebração foi marcada por emoção, afeto e dignidade. As uniões representaram não apenas um gesto de amor, mas também uma afirmação política e simbólica da liberdade dessas mulheres, historicamente excluídas dos espaços de reconhecimento, cuidado e reparação. O MUNCAB, parceiro institucional e espaço de realização da cerimônia, foi escolhido por sua força simbólica e ancestral. Tornou-se, neste dia, território de reexistência e celebração. Cada detalhe foi cuidadosamente pensado, refletindo o compromisso de garantir que essas mulheres tenham direito não ao mínimo, mas ao que há de mais digno e transformador. Sim ao amor. Sim à liberdade. Sim à vida que resiste, mesmo onde o sistema tenta destruir. A ação reafirma o sentido do projeto Mulheres & Cárcere: Ainda assim, eu me levanto, que atua no Conjunto Penal Feminino de Salvador desde 2022, com ações de advocacy, acompanhamento jurídico e psicossocial, articulação em redes e construção de saídas concretas ao encarceramento de mulheres negras. A iniciativa traduz, em forma e gesto, o que significa lutar por justiça a partir dos afetos, das alianças e da coletividade. Porque o amor, para mulheres negras em situação de cárcere, também é uma revolução